Deixemo-nos de merdas, amor.
Vamos acabar o que
não começámos
na poeira da ilusão
nos sentidos tão despertos
e na inteligência tão em falta.
Vamos fechar o livro que
nunca abrimos
na pressa de chegar
a lado nenhum
história sem princípio
sem fim
virar as páginas que
não chegámos a ler
inexistentes
afinal
folhas em branco
onde nunca nada
será escrito por nós
nem para nós.
Perdemo-nos, amor,
antes de nos termos encontrado
numa noite que
dura há tantas manhãs
como as que não viveremos
os dois.
Deixemo-nos de merdas, amor.
Vês, ainda te chamo amor
amor amor amor
Sempre que quiser vou
dizer a palavra amor
com o teu nome
na minha boca
o gosto a saliva que não pude
não deixaste
que eu sentisse
Deixemo-nos de merdas,
amor.
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